A coccidiose é um dos principais desafios que afetam os leitões na fase de maternidade. A doença, causada pelo Cystoisospora suis um protozoário da família Eimeriidae, é amplamente disseminada na suinocultura em nível mundial sendo responsável por importantes perdas produtivas.
Comumente a parasitose acomete os animais nos primeiros dias de vida, entre 5 a 15 dias de idade. Os suínos se infectam ao ingerir oocistos do protozoário que estão presentes no ambiente. Após a ingestão eles se multiplicam nas células do hospedeiro, especialmente no trato digestivo, causando lesões e diarreia persistente.
“A coccidiose tem uma pressão de infecção elevada, pois uma vez introduzida na granja torna-se endêmica, visto que a contaminação é facilitada pela grande excreção de oocistos pelos animais doentes”, detalha a médica-veterinária e gerente de linha da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Marina Moreno.
Os oocistos da parasitose são resistentes e podem permanecer no ambiente por vários meses, remanescentes de leitegadas anteriores ou sendo carreados de outro ambientes por meio de insetos, roedores ou pessoas. Os suínos adultos e as matrizes também podem ser portadores da doença, mas comumente não apresentam sinais clínicos.
Os leitões acometidos pela enfermidade apresentam diarreia persistente e desidratação, o que impacta o bem-estar e o desenvolvimento dos animais. Os sintomas podem durar de 5 a 10 dias.
Apesar de apresentar baixos índices de mortalidade, a patologia afeta drasticamente o desempenho dos animais, pois como prejudica a absorção de nutrientes causa acentuada redução do ganho de peso.
“A coccidiose impacta o desempenho dos suínos afetando seu desenvolvimento, promovendo baixo ganho de peso, comprometendo a conversão alimentar, aumentando a taxa de refugos e servindo de porta de entrada para outras patologias na granja”, explica Marina.
Os prejuízos econômicos da patologia também estão associados ao maior tempo de permanência dos animais no campo, para atingir o desempenho zootécnico necessário e os custos com tratamento.
Por se tratar de uma doença extremamente contagiosa o controle da coccidiose engloba o investimento em medidas de biosseguridade, como a boa higiene e desinfecção do ambiente, bem como o tratamento proativo dos animais infectados. “Estes manejos são indispensáveis visto que auxiliam no controle da coccidiose e têm impacto diretos na manutenção do bem-estar animal e, consequentemente no sucesso da produção”, finaliza Marina.
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