A Doença de Gumboro, ou Doença Infecciosa da Bursa (DIB), é uma enfermidade viral que acomete a avicultura mundial desde a década de 1960. No Brasil, se tornou mais evidente no dia a dia da produção no final dos anos 1990 com o surgimento de cepas mais virulentas e que, posteriormente, foram identificadas como pertencentes ao Grupo Molecular 11 (G11/Classificação Jackwood).
Dependendo da virulência da cepa envolvida, a enfermidade pode se apresentar de diferentes maneiras e podemos descrever de forma resumida como quadros clínicos ou subclínicos.
A forma clínica é a consequência da infecção de galinhas com vírus DIB e é caracterizada pela rápida disseminação, elevado impacto e mortalidade. É comum encontrarmos forte edema da bursa com (ou sem) hemorragia, que também pode ser observada sob a forma de petéquias ou sufusões nas coxas e músculos peitorais.
A forma subclínica (ou econômica) da doença corresponde à infecção de galinhas após 2-3 semanas de idade, por um vírus DIB sem ocorrência de sinais clínicos típicos (daí o termo “subclínico”) ou mortalidade direta. A bursa de Fabricius mostra lesões novamente, mas de intensidade e persistência variáveis. Na maioria das vezes, são detectados somente desempenhos ruins ou desuniformes. A desuniformidade dos lotes pode ser o maior indicativo da infecção subclínica.
O custo da DIB foi muito bem descrito em diferentes publicações ao longo dos últimos anos. Isso representa um impacto direto na mortalidade nos casos de infecção clínica, de 5% a 30%, dependendo do grau de proteção das aves e da forma da doença (Rosenberger et al., 1986; Van den Berg, 1991). Além disso, os prejuízos podem ser ainda maiores, quando consideramos os impactos na produtividade de lotes com desenvolvimentos desuniformes e, consequentemente, imunossuprimidos. Em poedeiras, cepas de alta virulência podem causar taxas de mortalidade de 60%, como descrito em alguns trabalhos (Nunoya et al, 1992).
No caso da forma subclínica, os prejuízos estão relacionados, principalmente, ao fraco desempenho produtivo dos lotes, além do aparecimento recorrente de quadros infecciosos causados por outros agentes. Isso se deve ao efeito imunossupressor do vírus, que compromete a imunidade das aves e a resposta imune de todas as vacinas. Ou seja, lotes desprotegidos contra diversas enfermidades. Dessa forma, podemos pensar nas infecções subclínicas como um “ralo” para todos os investimentos em sanidade realizados pela granja.
Nos últimos 15 anos novas vacinas tornaram-se disponíveis com a proposta de prevenir a Doença de Gumboro e evitar prejuízos, além de oferecer a conveniência de não precisar vacinar no campo. Porém, nesse cenário recente de aparente tranquilidade com o controle de Gumboro, novos desafios apareceram e deixamos de nos preocupar com a enfermidade causadora de enormes prejuízos.
Tempos modernos: A eficiência é o único caminho!
A avicultura industrial demanda trabalharmos com a máxima eficiência em todas as atividades relacionadas à produção. No cenário atual, com a elevada pressão nos custos das matérias-primas, precisamos garantir sucesso em cada elo da cadeia produtiva, garantindo o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis e traduzindo isso na maior produtividade possível.
A única forma de assegurar o melhor aproveitamento do potencial genético das linhagens atuais é permitir que as aves tenham um desenvolvimento inicial seguro, sem que precisem combater patógenos ou qualquer fator imunossupressor. Por isso, o controle da Doença de Gumboro se torna o alicerce que pode permitir o desenvolvimento de um lote saudável e com condições de atingir sua máxima produtividade.
As fases iniciais do alojamento das poedeiras são o alicerce para a construção de uma vida produtiva longa, saudável e eficiente. Dentro dessa lógica, qualquer atraso no desenvolvimento das aves causado por quadros subclínicos de Gumboro - e que normalmente traz como grande reflexo a desuniformidade dos lotes - pode significar prejuízos significativos na vida produtiva das aves.
É necessário construir a produtividade dos lotes sob o forte alicerce da sanidade. Um caminho suportado por eficientes programas vacinais e, no caso da Doença de Gumboro, programas que interrompam o ciclo da doença.
A Doença de Gumboro está sob controle?
Nos últimos anos não têm sido comuns relatos de quadros clínicos da enfermidade. Porém, em diferentes regiões do país é bastante comum situação de doenças recorrentes ou mesmo falhas em programas vacinais sem que se consiga identificar causas primárias. E, coincidentemente, nessas mesmas situações, percebe-se que não existe uma preocupação específica para o controle da Doença de Gumboro. Nem com a vacinação e monitoria. Porém, como estamos tratando de uma doença residente, que se mantém nas instalações avícolas por longos períodos, é muito provável que o vírus de Gumboro esteja impactando no desenvolvimento inicial dos lotes de poedeiras e, consequentemente, provocando atrasos no desenvolvimento dos lotes, comprometendo a formação/maturação do aparelho reprodutor das aves e a produção de ovos dos lotes.
Por todo o risco envolvido de redução da eficiência produtiva causado diretamente pela doença de Gumboro - ou pelos prejuízos indiretos acarretados pela imunossupressão e ocorrência de outras enfermidades - é fundamental pararmos o ciclo de Gumboro, interrompendo todos os prejuízos diretos e indiretos causados pela enfermidade.
Nesse cenário, a CEVA desenvolveu a Novamune®, a primeira vacina contra a Doença de Gumboro desenvolvida exclusivamente para poedeiras no mundo!
Por que a Novamune® é diferente?
A Novamune® é uma vacina do complexo imune da DIB, a cepa SYZA 26 ligada a anticorpos específicos chamados de imunoglobulinas protetoras de vírus e injetada no dia 1 de incubatório. Essa tecnologia do complexo imune já é disponível na avicultura há mais de 15 anos, porém nenhuma das tecnologias disponíveis têm como finalidade EXCLUSIVA a vacinação de poedeiras.
A CEVA é líder mundial na vacinação de Gumboro, com mais de 200 bilhões de doses de vacina aplicadas globalmente nos últimos 15 anos, tendo como destaque a Transmune. A Transmune é uma vacina Imuno complexo que mudou a forma de controlar Gumboro no mercado de corte nos últimos 15 anos.
E baseada em toda a experiência de desenvolvimento da Transmune, a CEVA desenvolveu a Novamune®.
O compromisso da CEVA é com a excelência técnica e, por isso, a Transmune NUNCA foi indicada para poedeiras comerciais, pois não foi desenvolvida para esse segmento.
Agora, com a Novamune®, é possível proteger todas as aves do lote por meio de UMA ÚNICA APLICAÇÃO NO INCUBATÓRIO!
Por que é importante uma vacina exclusiva para poedeiras?
A imunidade materna desempenha papel importante na prevenção da infecção pelo vírus de Gumboro nas primeiras semanas de vida da ave. Essa proteção passiva, proporcionada pelos Anticorpos Maternais (ACMs), têm duração limitada e a queda dos níveis dos ACMs é bastante diferente entre frangos (linhagens de crescimento rápido) e poedeiras (linhagens de crescimento lento), como mostra o gráfico abaixo, à direita.
Portanto, é muito difícil imaginar que uma vacina desenvolvida para Frangos de Corte possa ter a mesma eficiência em poedeiras comerciais.
Esse ponto se torna ainda mais importante, considerando que os lotes de poedeiras são formados por pintainhas originadas de diferentes lotes de matrizes e por isso as pintainhas têm grande variabilidade nos níveis de ACMs dentro do mesmo lote. A tecnologia do complexo imune assegura que cada ave seja “vacinada” no momento ideal, e assim que 100% das aves tenham o vírus vacinal na Bursa. E tudo isso com uma única aplicação no incubatório!
Uma vacina efetiva deve garantir a “pega vacinal” (chegada do vírus vacinal na Bursa de Fabricius) o mais cedo possível. Dessa forma, a Bursa fica “bloqueada” e nenhum outro vírus de Gumboro conseguirá colonizar o órgão. Seja vírus de campo ou mesmo outro vírus vacinal. E quando isso acontece, conseguimos parar o ciclo de Gumboro.
Qual a diferença da Novamune®, comparada às outras opções de vacinas para incubatórios?
Temos disponíveis dois tipos de tecnologias para vacinação em dose única no incubatório: Complexo imune e vacinas vetorizadas. No Brasil, grande parte das poedeiras alojadas nos últimos 15 anos foram vacinadas com vacina vetorizada HVTr-IBD. Essas vacinas não possuem um vírus vacinal de Gumboro (recombinantes que usam como vetor o vírus de Marek HVT-Gumboro) e, mesmo podendo ser administradas no incubatório, elas não terão efeito nenhum direto na bolsa deixando a bolsa susceptível a uma infecção por vírus de campo. Essas vacinas estimulam resposta imune das aves, mas não têm capacidade de colonizar a bolsa, parar o ciclo de Gumboro e reduzir o desafio de campo.
Por essa razão, mesmo sendo indicada como vacina de dose única no incubatório, lotes vacinados com ela ainda podem estar susceptíveis à infecção de vírus de campo. Adicionalmente, tem sido muito comum a necessidade de revacinações no campo via água de bebida para tentar minimizar os prejuízos causados pela enfermidade.
Já as outras vacinas do complexo imune presentes no mercado foram desenvolvidas com foco na proteção de frangos de corte. Portanto, não contam com a mesma capacidade de proteção para aves poedeiras devido à diferença na queda dos ACMs entre essas duas linhagens. Dessa maneira, em diversas situações a revacinação se faz necessária após o uso dessas vacinas.
Assim como os vírus de campo, as diferentes vacinas disponíveis têm diferentes efeitos na morfologia da bolsa, e a monitoria do órgão serve também de maneira prática para avaliar a eficiência do programa vacinal. Portanto, é fundamental que as empresas tenham um rigoroso programa de monitoria de bolsa para saber se a vacina escolhida está agindo da maneira esperada e parando o ciclo de Gumboro.
A Novamune® pode ser associada à outras vacinas?
SIM! Esse é mais um diferencial da Novamune®.
Outra vantagem do uso de tecnologia imunocomplexa é a possibilidade de combinação com outras vacinas, como as vetorizadas HVT para diversas doenças, a exemplo da Newcastle (HVT ND), Laringotraqueíte (HVT LT & FP LT) e Micoplasmose (FP MG). Também é possível combinar Novamune® com uma vacina contra a doença de Marek sorotipo 1 CVI988 Rispens.
A Novamune® já está disponível no Brasil?
SIM! Mais de 1,5 milhões de aves foram vacinadas com a Novamune® em todas as principais regiões produtoras de ovos de país. Todos os resultados comprovam a eficiência da vacina em diferentes situações e níveis de desafios, sem nenhum relato de problemas de Gumboro.
Como saber se a vacina está sendo bem administrada no incubatório?
Felizmente, todas as empresas fornecedoras de poedeiras presentes no país sempre se mostraram muito preocupadas com a qualidade de vacinação, investindo sempre em equipamentos, treinamentos e capacitação para seus colaboradores. Além disso, a CEVA compartilha essa responsabilidade por meio do programa C.H.I.C.K. PROGRAM. Um programa de monitoria dos pontos críticos de vacinação e imunização nos incubatórios, assegurando um contínuo acompanhamento de todos os procedimentos de vacinação, desde o armazenamento até a vacinação, avaliando todos os passos intermediários, como o preparo e manuseio das vacinas.
Esse programa é oferecido pela CEVA em todo o mundo e auditado pelo Bureau Veritás, entidade internacional independente, que certifica a qualidade e o padrão dos serviços de monitoria do C.H.I.C.K. Program.
No Brasil, a CEVA monitora os incubatórios responsáveis por mais de 90% das poedeiras nascidas no país. A chegada da Novamune® representa um marco na avicultura de postura, reafirmando o compromisso da CEVA com esse segmento. Após décadas, as empresas produtoras de ovos têm uma vacina exclusiva para poedeira que, definitivamente, PARA O CICLO DE GUMBORO!
Assim, a indústria passa a ter acesso a mais uma tecnologia em vacina inovadora, um produto que contextualiza o compromisso CEVA para tornar ainda mais sólido o alicerce da produção de ovos: a sanidade!
Por que a Novamune® é a melhor opção para o controle definitivo de Gumboro:
• Assegura uma proteção contínua das frangas contra a infecção a nível da granja: para o ciclo de Gumboro na área;
• Reduz significativamente a quantidade de vírus espalhados no ambiente: redução de disseminação do ciclo de Gumboro na área;
• Coloniza a Bursa de Fabricius de 100% das aves. Mesmo com grande variabilidade dos níveis de AC.
• Evita o efeito elevador: quando a carga viral aumenta ciclo após ciclo;
• Para o ciclo de Gumboro de forma que o vírus de campo não sobreviva ao programa de prevenção;
• Pode ser associada a outras tecnologias (Vacinas vetorizadas com vírus Marek (HVT) e Bouba (FP).