A anemia ferropriva, ou anemia dos leitões, é uma doença que afeta os neonatos sendo um desafio na suinocultura em nível mundial. A enfermidade, que foi identificada pela primeira vez em 1923, se caracteriza pela carência decorrente da ingestão inadequada de ferro.
O ferro é um mineral fundamental para os suínos, sendo responsável pela formação de hemoglobina. Diversos fatores podem estimular o surgimento do problema como: baixa reserva de ferro ao nascimento; baixa transferência de ferro da mãe aos leitões através da placenta, baixo nível de ferro no leite das fêmeas suínas e rápida curva de crescimento após o nascimento. Por conta disso, os leitões são mais susceptíveis ao desenvolvimento de um quadro anêmico.
“Os leitões nascem com baixa reserva de ferro, o que é uma característica da espécie e os torna mais pré-dispostos a desenvolver a anemia ferropriva. Além disso, o leite das fêmeas suínas não fornece a quantidade necessária para suprir as necessidades diárias destes animais, que fica entre 5 e 10mg/dia. Por isso, a menos que uma fonte suplementar de ferro seja disponibilizada, o leitão estará susceptível a um quadro de anemia, sendo assim, a suplementação é uma estratégia indispensável para assegurar o bom desenvolvimento da leitegada”, explica a médica veterinária gerente de linha da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Marina Moreno.
Por conta destes fatores, os leitões precisam receber a suplementação externa de ferro logo após o nascimento visto que as necessidades do mineral são maiores nesta fase e irão diminuindo ao longo do desenvolvimento do suíno. “Animais jovens possuem uma exigência maior do que os leitões adultos”, conta Marina.
Em casos de deficiência de ferro, os animais apresentam sinais clássicos, entre os mais comuns estão: mucosas ocular e bucal pálidas e pele branca rugosa e áspera. Além disso, podem ter falta de apetite, dificuldade respiratória e diarreia.
“A anemia ferropriva pode levar a uma maior predisposição a infecções e menor desempenho zootécnico. Além disso, uma leitegada afetada pelo problema pode apresentar uma taxa de mortalidade elevada ou ainda ter um alto índice de animais subanêmicos e que terão perda de desempenho”, detalha Marina.
Para tratar o problema o mais indicado é a suplementação com ferro de boa qualidade nos primeiros dias de vida dos leitões para que seja possível suprir as necessidades do animal.
Estudos demostram que a suplementação pode, além de auxiliar no tratamento da anemia ferropriva, ajudar na redução da incidência de diarreias, refugagem, e mortalidade, além de contribuir para o ganho de peso dos animais. Mas para isso o produto tem que ter uma boa qualidade, dosagem e biodisponibilidade, além do processo de aplicação ser feito da forma correta e com os equipamentos adequados para garantir que os animais recebam as doses recomendadas.
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