Quais os benefícios do hCG nos protocolos de reprodução equina?

Com ação direta nos receptores ovarianos, o uso do hCG traz maior precisão para os protocolos de reprodução equina em éguas de todas as idades e promove um ambiente uterino mais acolhedor para o embrião

Em 2022 o rebanho brasileiro de equinos totalizou mais de 5,8 milhões de exemplares (IBGE), um mercado que movimenta cerca de R$16 bilhões anualmente (Esalq/SP). O aprimoramento da equinocultura nacional trouxe consigo uma preocupação com o melhoramento genético dos animais, exigindo soluções eficientes para atender a demanda.

“O setor de reprodução equina precisou aprimorar biotecnologias e protocolos de reprodução assistida, principalmente relacionados a inseminação artificial (IA) e transferência de embriões (TE). Hoje, o país tem o status de maior produtor de embriões equinos do mundo, com uma participação global superior a 40%, superando potencias como Argentina e Estados Unidos”, conta Fernanda Ambrosino, médica-veterinária gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal.

De forma geral, as biotecnologias ligadas à reprodução assistida dos equinos têm como prioridade preservar o patrimônio genético de garanhões e matrizes, possibilitando maximizar o número de descendentes destes animais. Como as éguas são poliéstricas estacionais, ou seja, apresentam maior atividade ovariana na primavera-verão e quase nenhuma atividade ovariana no outono-inverno, adotar práticas como a transferência de embrião tem papel importante para o aumento do nascimento de potros por estação e no melhoramento genético da tropa.

Por outro lado, a prática ainda tem um custo considerado elevado, por isso necessita de protocolos mais assertivos e eficientes, minimizando os riscos de perdas embrionárias e baixos resultados na chamada “estação de monta”.

“Um passo de extrema importância para o sucesso e eficácia reprodutiva na estação é a sincronização do estro e do momento de ovulação entre as éguas doadoras e as receptoras. É também essencial saber o momento adequado para a inseminação, que deve ser sempre próximo ao momento da ovulação, difícil de monitorar quando ocorre de forma espontânea. Para ter este controle é utilizada a terapia hormonal, como é o caso do hCG (Gonadotrofina Coriônica Humana), que imita a ação do LH (Hormônio Luteinizante), ou os análogos do GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofina), que promovem a liberação endógena do LH pela égua”, Fernanda explica.

 

O hCG tem melhores efeitos em éguas mais velhas

Uma importante característica para as éguas receptoras é que elas sejam boas mães, isso faz com que o grupo de receptoras tenha em média éguas mais velhas do que jovens. Há também éguas de alto valor genético que já apresentam uma idade mais avançada e necessitam de um protocolo mais eficaz e preciso para a obtenção de seus óvulos.

Por imitar diretamente a ação do LH nos receptores ovarianos, o hCG não depende da elevação da concentração plasmática de LH nas fêmeas, diferentemente da deslorelina e outros análogos do GnRH. A concentração plasmática do LH nas fêmeas tende a reduzir de acordo com a idade do animal, por este motivo, a indução de ovulação nas éguas mais velhas tem mais sucesso quando estimulada pelo uso do hCG.

 

O uso do hCG possibilita um melhor controle do tempo e na sincronização das éguas

A previsibilidade da ovulação das éguas é essencial para tornar o manejo reprodutivo com sêmen congelado mais eficiente e bem-sucedido. O hCG tem como importante característica a indução da ovulação entre 36 e 42 horas após sua aplicação, sendo mais rápido e preciso do que os análogos do GnRH.

“Essa maior precisão é de suma importância para o médico-veterinário que atua na reprodução animal, tanto para não perder o momento mais propício para a inseminação da égua, quanto para garantir que o útero da receptora esteja favorável para receber o embrião”, reforça.

O uso do hCG também aumenta a produção endógena de progesterona, hormônio responsável pela melhora do tônus uterino e da cérvix, tornando o útero um ambiente mais propício para a implantação e o desenvolvimento do embrião. A maior produção de progesterona endógena também atua de forma protetora no primeiro trimestre da gestação, garantindo um desenvolvimento fetal e gestacional adequado e auxiliando na redução das taxas de abortamento da propriedade.

 

Potencializando o sucesso na reprodução equina

A adoção do uso de anti-inflamatórios como apoio no protocolo reprodutivo das éguas é uma estratégia muito usada pelos médicos-veterinários e se mostra altamente eficiente, principalmente no tratamento e prevenção da endometrite – doença considerada uma das principais causas de infertilidade dos equinos.

Fernanda explica que “a endometrite é uma inflamação que acontece no endométrio das éguas, muito comum logo após a cobertura, como uma resposta protetora do organismo da égua ao sêmen. Algumas éguas são mais sensíveis do que outras, e é importante que esta inflamação se resolva em menos de 96 horas e que haja redução das concentrações de prostaglandina no endométrio para que o embrião seja capaz de se desenvolver”.

A associação de anti-inflamatórios não esteroidais, preferencialmente os inibidores da COX-2 ajudam a promover um ambiente uterino e de desenvolvimento embrionário mais receptivo e saudável para o novo campeão que será gerado. 

 

O sucesso reprodutivo da estação tem uma relação muito íntima com os protocolos e processos utilizados nos animais durante este período. A Ceva Saúde Animal, empresa de DNA inovador e amiga do produtor rural, traz em sua linha de produtos para equinos o Fertcor®, composto injetável de hCG chancelado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), entregando ao médico veterinário e ao criador a segurança, rapidez e eficiência na indução de ovulação e sincronização de cio nas éguas. Para reduzir as chances de endometrite o Pain-Oxx®, firocoxib com ação inibidora seletiva da COX-2, pode ser adicionado ao protocolo reprodutivo, adicionando mais robustez ao protocolo.

 

“Investimos em pesquisa e tecnologia para que os criadores tenham sempre à disposição soluções que garantam sucesso em sua empreitada e um bom retorno financeiro sem impactar negativamente na saúde dos equinos. É assim que são gerados os campeões”, finaliza.

 

 

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